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Ganho de peso na gestação

A gravidez é um período de muita felicidade e realização para a maioria das mulheres, mas em termos fisiológicos é um período de anabolismo ou construção, dessa forma as necessidades nutricionais aumentam para apoiar o crescimento e desenvolvimento do bebê, bem como o metabolismo materno.


Para isso, é essencial que a gestante aumente sua ingestão de energia, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais.


Por muito tempo a crença “comer por 2” foi sendo culturalmente transmitida de forma errada, pois hoje sabe-se que um ganho elevado de peso (GORDURA) está associado inúmeros riscos maternos e fetais, como: diabetes gestacional, préeclampsia, parto pós-termo, macrossomia fetal que pode aumentar a predisposição a obesidade na vida adulta, etc.


De forma inversa, um ganho inadequado de peso está associado ao aumento do risco de atraso do crescimento intrauterino e mortalidade perinatal.


As recomendações de ganho de peso são guiadas de acordo com o IMC prégestacional. Entretanto o IMC não leva em conta os componentes individuais da composição corporal (tecido adiposo e a massa magra), nem reflete as mudanças que ocorrem durante a gravidez, incluindo a contribuição dos produtos da concepção (feto, líquido amniótico e placenta) e aumento dos tecidos maternos (aumento do volume de mamas, crescimento do útero, expansão do volume sanguíneo e líquido extracelular).


Faz sentido biologicamente que durante a gestação haja o aumento dos estoques de gordura, já que as mães pós-parto não são tão capazes de sair em busca de alimentos, mas elas precisam ser capazes de sobreviver e alimentar o bebê utilizando- se a energia da gordura armazenada.


O IOM (1990) verificou quando as gestantes seguiam corretamente as recomendações propostas, o ganho de gordura foi:


Baixo peso (6,0 kg)

Peso normal (3,8 kg)

Excesso de peso (2,8 kg)

Obesidade (–0,6 kg)


Dessa forma, uma possibilidade para avaliar a gordura corporal durante a gestação seria através do método de dobras cutâneas, uma vez que são reproduzíveis através de protocolos definidos para esta população.


Com isso, na consulta inicial poderia ser feito esta avaliação de percentual de gordura, onde o valor de gordura corporal total seria estimado e ao longo gestação seria verificado novamente esta medida. Este conhecimento poderia ajudar em uma melhor gestão de peso e hábitos alimentares nesse período tão importante.




Referências


1.IOM/NRC guidelines for weight gain and rate of weight gain during pregnancy. 2009.


2.Rasmussen KM, Catalano PM, Yaktine AL. New guidelines for weight gain during pregnancy: what obstetrician/gynecologists should know. Curr Opin Obstet Gynecol. 2009.


3.Kathleen M. Rasmussen and Ann L. Yaktine, Editors. Weight Gain During Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Institute of Medicine; National Research Council.


4.Kannieappan LM, Deussen AR, Grivell RM, Yelland L, Dodd JM. Developing a tool for obtaining maternal skinfold thickness measurements and assessing inter-observer variability among pregnant women who are overweight and obese. BMC Pregnancy Childbirth. 2013.

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